sábado, 1 de setembro de 2012

Sarah Menezes faz história.

 Quando saiu do Brasil rumo a Londres, a pequena Sarah Menezes carregava expectativas desproporcionais para seu tamanho. Lutadora mais leve da seleção de judô, a peso-ligeiro, de apenas 1,52m e 48kg, era a grande esperança de primeira final olímpica do Brasil entre mulheres na história da modalidade. A piauiense, porém, foi além: com a vitória sobre a romena Alina Dumitru, campeã dos Jogos de Pequim 2008, Sarah entrou para a história como a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha de ouro no judô nas Olimpíadas. A grandeza da conquista pode ser medida também na comparação com outras modalidades. Até este sábado, só uma mulher brasileira havia conseguido o ouro em prova individual na história das Olimpíadas: Maurren Maggi, no salto em distância, em Pequim 2008.

A luta começou com muito estudo. As duas mediam a distância na briga por pegada. Sarah foi a primeira a tentar uma entrada, bem defendida por Dumitru, que aparentava sentir o braço direito. A romena começou a girar mais para tentar evitar que a brasileira a atacasse. Com pouco menos de quatro minutos restando, Sarah quase conseguiu uma queda. Dumitru defendeu, mas a brasileira atacou no solo, chegando perto de encaixar uma chave de braço. Uma vez que percebeu que o caminho era por ali, a piauiense atacou novamente o braço, e conseguiu um shido (advertência) contra a romena.

Ciente de que poderia perder a luta com nova advertência, Dumitru passou a ser mais incisiva e foi com tudo para um golpe de quadril, que quase entrou. A romena assustou com uma técnica de pé, mas Sarah contragolpeou e conseguiu um yuko, abrindo 1 a 0 de vantagem. Os últimos 18s pareciam que seriam de tensão, mas Sarah atacou e conseguiu um wazari para assegurar o ouro. Ela ainda foi para o estrangulamento antes de o cronômetro zerar. Um wazari e um yuko a zero para Sarah Menezes, primeira judoca campeã olímpica do Brasil.

Ouro carregado de significados especiais

O ouro de Sarah foi carregado de significados diversos. Foi o primeiro ouro do Brasil em Londres 2012, logo no primeiro dia oficial de disputas; o primeiro ouro do judô em 20 anos, desde que Rogério Sampaio, atleta peso-meio-leve, foi campeão olímpico em Barcelona 1992; e a 16ª medalha do judô em Olimpíadas, tornando a modalidade, provisoriamente, na mais vencedora entre todas as do Brasil na história dos Jogos, superando a vela, que acumula 15 medalhas.

Não foi uma surpresa e sim o resultado de um processo de crescimento em público. Aos 18 anos, Sarah Menezes foi campeã mundial júnior, em Amsterdã, na Holanda, e se tornou automaticamente a grande esperança da modalidade. Naquele mesmo ano, estreou em Olimpíadas, em Pequim 2008, e caiu logo na primeira luta. Em 2009, conquistou o bicampeonato júnior, foi eleita Atleta do Ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e iniciou sua escalada entre os adultos. Em 2010, foi medalha de bronze no Mundial de Tóquio; dois anos depois, chegou à prata no Mundial de Paris. Durante os quatro anos do ciclo olímpico, colecionou ouros em etapas de Grand Slam, Grand Prix e Copa do Mundo, sem jamais deixar os treinamentos em Teresina, no Piauí, sua casa, onde é ídolo para milhares de crianças e é tema até de forró.

Em Londres, a adversária mais temida era a japonesa Tomoko Fukumi, primeira colocada do ranking mundial, a qual jamais havia derrotado em quatro combates. A algoz, todavia, caiu pelo caminho para a romena Alina Dumitru. Campeã em Pequim 2008, Dumitru merecia respeito, mas era um confronto mais favorável: de cinco duelos entre as duas, Sarah havia vencido três, justamente os três mais recentes. A superioridade da piauiense ficou clara no tatame de Londres.

Confira como ficou o pódio na categoria ligeiro feminino (até 48kg):

1ª: Sarah Menezes (BRA)

2ª: Alina Dumitru (ROM)

3ª: Charline Van Snick (BEL)

3ª: Eva Csernoviczki (HUN)



Campeonato Brasileiro sub-23 - Cuiabá -MT

Semifinal Feminina
                                                                                                            

     Foi realizado na cidade de Cuiabá – MT o Campeonato Brasileiro Sub 23 de Judô que valeu como uma das seletivas do Projeto Olímpico 2016 – Rio. Participaram do evento 22 Estados Brasileiros e nomes já consagrados na modalidade marcaram presença, dentre eles atletas de São Paulo, Rio, Oi-Sogipa (RS), Minas Tênis Clube (MG), entre outros, destaque para Vitor Penalber (RJ) que é uma das promessas para ocupar a categoria até 81 quilos na Seleção Brasileira de Judô.  Nossa cidade esteve participando do referido evento através da arbitragem, pois o professor Diego M. Vilalba que ocupa a posição de árbitro nacional B foi convocado para atuar nesta valiosa competição além de já esta escalado para as Olímpiadas Escolares Categoria A que também será realizada em Cuiabá em novembro. Atuaram na arbitragem cerca de 30 árbitros de todo Brasil, com destaque para grandes nomes como Emanuel Matar (Maranhão) que tem no curriculum 3 Olímpiadas além de quase 20 Gran Slan entre outros eventos internacionais, como Pan-americano, Sul-americano, etc.
      “Para mim foi a maior experiência não só pelo esporte como também de vida, pois com a oportunidade de estar ao lado de pessoas tão consagradas, essas não foram em nenhum momento egoístas, pelo contrário, se entrosaram com a gente e ao término do evento paresiamos velhos amigos. Esta sem dúvida foi um grande lição, que apesar de terem “nome” a humildade se manteve acima de tudo. Outro fator foi saber que estamos no caminho certo porque todos nós fomos elogiados e com certeza de agora pra frente estaremos sempre em eventos importantes e em busca de melhorias, tanto táctica/técnicas, como crescimento pessoal também”.         -Diego M. Vilalba

    



  Sequência do ippon do atleta Vitor Penalber - Campeão Categoria -81.